Anos após ano, as mulheres têm ganhado papel de destaque no campo. De acordo com levantamento realizado pela Globo Rural, o índice de mulheres ocupando postos de liderança aumentou 31% entre 2013 e 2017. Atualmente, elas já alcançam 45% de presença no setor agro e podem ser encontradas nos mais variados segmentos do processo produtivo – desde operadoras de máquinas agrícolas até empreendedoras.
Um estudo realizado pela Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) aponta que há uma tendência maior quanto à participação feminina no setor agro. Nessa pesquisa, destaca-se que quase 100% do perfil de mulheres estudadas são independentes financeiramente e, dentre elas, 57% integram sindicatos rurais, 39%, cooperativas e 33% participam de associações de produtores.
Eloisa Maria Alves El Hage (47) é um exemplo de sucesso. Além de médica veterinária, Eloisa afirma que sempre se adaptou bem às diversas funções pelas quais é responsável – assistente de fazenda, empresária, pecuarista e mãe. Hoje, ela atua também como 2ª tesoureira da Diretoria da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e integrante da comissão do projeto Agroligadas, movimento de mulheres ligadas para inspirar uma nova visão sobre o agro através da educação e comunicação empática. Para a empresária, o principal desafio para as mulheres, assim como para os homens, é serem mais produtivas e competitivas e tecnificar o campo seguindo todas as questões jurídicas e ambientais.
Outra história inspiradora é a da professora Kamila Andreatta, 40 anos. Formada em zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa e doutora em Nutrição e Produção de Ruminantes também pela UFV, a professora comanda dois estudos importantes em parceria com a Associação Nelore, além de ser coordenadora do Núcleo de Estudos em Pecuária Intensiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Kamila afirma que, apesar do pensamento errôneo de que o trabalho manual com o gado necessita apenas de força física, o fator mais importante é, definitivamente, o conhecimento.
Apesar de ainda encontrarem algumas dificuldades no campo do agronegócio por ser uma área predominantemente masculina, é importante ressaltar que o Brasil dispõe de políticas públicas para as mulheres rurais. Além do Congresso Nacional das Mulheres no Agronegócio, criado com o objetivo de debater os principais pontos que envolvem o setor sob a perspectiva feminina, o Brasil conta ainda com um departamento no Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) voltado apenas para mulheres. O órgão – Diretoria de Políticas para Mulheres Rurais (DPMR) – promove “projetos de acesso das mulheres rurais e suas organizações produtivas à documentação civil e jurídica por meio do repasse de recursos aos estados”.
Fontes:
– Arames Belgo
– Compre Rural
– Globo Rural
– YouAgro